Famílias e Violência: Reflexões Sobre as Mães de Acari

Na década de 90 ganharam uma certa amplitude notícias que retratavam mulheres, especialmente mães, nas praças e ruas reivindicando justiça. O que uniria essas mulheres seria a maternidade e a violência que as tinham separado de seus filhos, mortos ou seqüestrados. Acredito que o fato de participar d...

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Veröffentlicht in:Psicologia USP 2002, Vol.13 (2), p.69-103
1. Verfasser: Freitas, Rita de Cássia Santos
Format: Artikel
Sprache:eng
Online-Zugang:Volltext
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Beschreibung
Zusammenfassung:Na década de 90 ganharam uma certa amplitude notícias que retratavam mulheres, especialmente mães, nas praças e ruas reivindicando justiça. O que uniria essas mulheres seria a maternidade e a violência que as tinham separado de seus filhos, mortos ou seqüestrados. Acredito que o fato de participar de movimentos tem levado as mulheres a redefinições e transformações em sua identidade de gênero, bem como tem possibilitado construir para a maternidade outras dimensões. Assim, a noção de experiência tornou-se central em meu estudo. Foi desse modo que pude perceber a construção de uma nova representação para a figura materna. Primeiro, a partir de jornais, depois, ao entrevistar essas mães. Minha análise se voltou para o protagonismo político da mulher das classes trabalhadoras a partir do lugar que tradicionalmente ocupam na família e que, em princípio, seria destituído de uma dimensão política. Dessa forma, este escrito visa resgatar a partir das falas e das imagens destacadas por essas mulheres, o modo como a violência é sentida ao se tornar parte de suas vidas. Utilizei, para tanto, as entrevistas e os recortes de jornais por elas mesmas selecionados para fazer parte de seus álbuns de recordação. A imagem de mulheres na luta, de mães em luta foi de onde parti; e busco, nesse texto, problematizar os impactos e contradições, as continuidades e rupturas, que essa representação traz em seu bojo. Dans la décade des années 90 les informations sur les femmes qui défilaient ont gagné une centaine amplitude, spécialement les mères sur les places et dans les rues en demandant justice. Ce qui unirait ces femmes serait la maternité, et la violence qui les avait séparées de leurs enfants, morts ou séquestrés. Je crois que le fait d'avoir participé à ces mouvements a amené les femmes à des redéfinitions et des transformations dans leur identité de sexe, ainsi que la possibilité de construire d'autres dimensions pour la maternité. La notion expérimentale a été le centre de mon étude. Ce fut de cette manière que j'ai pu percevoir la construction d'une représentation nouvelle pour la figure maternelle. D'abord à partir de journaux, puis en interrogeant ces mères. Mon analyse s'est tournée vers le rôle politique principal de la femme des classes ouvrières à partir de la place qu'elle occupe dans la famille et qui, en principe, serait dénué de dimension politique. Ce travail a pour but de faire ressortir, par les dires et les images choisies par ces femmes, la façon dont la v
ISSN:0103-6564
0103-6564
DOI:10.1590/S0103-65642002000200006