Nietzsche e a ambígua valoração da estupidez
Resumo: É importante para a sociedade a luta contra a estupidez, porque o estúpido é constitutivamente destrutivo. Mas aquele que luta contra a estupidez, própria e alheia, é, sobretudo, tradicionalmente, o filósofo. Vamos constatar a presença dessa luta em Nietzsche, e perscrutar a relevância que t...
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Veröffentlicht in: | Cadernos Nietzsche 2022-08, Vol.43 (2), p.153-180 |
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Format: | Artikel |
Sprache: | por |
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Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | Resumo: É importante para a sociedade a luta contra a estupidez, porque o estúpido é constitutivamente destrutivo. Mas aquele que luta contra a estupidez, própria e alheia, é, sobretudo, tradicionalmente, o filósofo. Vamos constatar a presença dessa luta em Nietzsche, e perscrutar a relevância que teria em sua obra, em geral pouco ressaltada. Nietzsche se une à linhagem clássica da denúncia da estupidez, extremando-a ao modulá-la nos termos de seu perspectivismo como incapacidade de “sair” da perspectiva única. Além disso, procederemos a descobrir uma classe de estupidez que acompanha a sabedoria como sua sombra necessária e que seria a que nos abre, diante do cristianismo paulino e erasmista, a possibilidade de uma ciência alegre. Por outro lado, a estupidez cósmica teria o bonito nome de “necessidade”, e o dionisíaco do pensamento do eterno retorno radica sobretudo no amor fati, que em nosso caso se traduziria como afirmação e ainda amor da estupidez. Por isso Nietzsche dirá que a sabedoria dionisíaca é o princípio da maior estupidez possível.
Abstract: It is important for society to fight against stupidity because the stupid is constitutively destructive. But the one who fights against stupidity, his own and that of others, is, above all, traditionally the philosopher. Let us note the presence of this struggle in Nietzsche, and realise the relevance it would have in his work, which in general is little emphasised. Nietzsche joins the classical line of denouncing stupidity, although he does so to an extreme by modulating it in terms of his perspectivism as an inability to “get out” of the single perspective. Moreover, he is going to discover a kind of stupidity that accompanies wisdom as its necessary shadow and that would be the one that opens for us, in the face of Pauline and Erasmist Christianity, the possibility of a joyful science. On the other hand, cosmic stupidity would have the beautiful name of “necessity”, and the Dionysian aspect of the thought of the eternal return lies above all in the amor fati, which in our case would be translated as affirmation and even love of stupidity. That is why Nietzsche will say that Dionysian wisdom is the principle of the greatest possible stupidity. |
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ISSN: | 1413-7755 2316-8242 2316-8242 |
DOI: | 10.1590/2316-82422022v4302mrg |