PROPRIEDADES DO MODAL DEÔNTICO OUGHT-TO-BE
RESUMO Neste artigo, discutimos diferentes conceitos de obrigação a partir da distinção estabelecida por Feldman (1986): (i) interpretação ought-to-be, que envolve uma propriedade de um estado de coisas que deve ocorrer; e (ii) interpretação ought-to-do, que relaciona um agente a um estado de coisas...
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Veröffentlicht in: | Alfa 2018-08, Vol.62 (2), p.361-380 |
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Hauptverfasser: | , |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng |
Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | RESUMO Neste artigo, discutimos diferentes conceitos de obrigação a partir da distinção estabelecida por Feldman (1986): (i) interpretação ought-to-be, que envolve uma propriedade de um estado de coisas que deve ocorrer; e (ii) interpretação ought-to-do, que relaciona um agente a um estado de coisas. Supomos que tal distinção conceitual resulta de diferenças estruturais. Nessa linha, seguimos Brennan (1993) e Hacquard (2006, 2010). Como ainda não há na literatura uma proposta de representação estrutural que dê conta da interpretação ought-to-be, buscamos evidências no português brasileiro para depreender mais precisamente a posição em que o deôntico é concatenado na estrutura para gerar essa interpetação. Analisamos fatores como orientação dos deônticos, relação com outros núcleos modais e com categorias de tempo e aspecto. Nossos testes apontaram para a existência de um deôntico alto (ought-to-be). Este exibe propriedades de um ato de fala diretivo, é orientado para um agente na situação de fala (geralmente o addressee) e não carrega marcas de tempo ou aspecto. Embora o deôntico ought-to-be não compartilhe todas essas propriedades com o modal epistêmico, há evidências de que esses modais ocupam a mesma posição na estrutura. Por fim, propomos distinguir deônticos ought-to-be de epistêmicos e de deônticos ought-to-do a partir de dois traços: agentividade [Ag] e asserção [Assert].
ABSTRACT In this article, we discuss different concepts of obligation based on the distinction originally established by Feldman (1986): (i) ought-to-be interpretation, which involves a property that a certain state of affairs must occur; and (ii) ought-to-do interpretation, which relates an agent to a state of affairs. We assume this conceptual distinction results from structural differences. In this line of argumentation, we follow authors like Brennan (1993) and Hacquard (2006, 2010). Since there is not yet a proposal of structural representation in the literature that contemplates the ought-to-be interpretation, we searched for evidence in Brazilian Portuguese to ascertain more precisely the position at which this deontic is structurally merged in order to generate its interpretation. We scrutinized factors such as the deontic’s orientation, its relation to other modal heads and also to tense and aspect categories. Our tests confirmed the existence of a high deontic (ought-to-be). This modal displays the properties of a directive speech act, being oriented towards an agent in t |
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ISSN: | 0002-5216 1981-5794 |
DOI: | 10.1590/1981-5794-1807-6 |