Fazer adulto: capacidade e ambiguidades do cuidado materno na deficiência intelectual

A noção de capacidade é central para o tema da deficiência e suscita reflexões sobre como a lógica capacitista organiza a sociedade a partir do binômio corpos capazes e corpos não capazes. No presente artigo, parto das práticas de cuidado de adultos com deficiência intelectual para examinar como o b...

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Veröffentlicht in:Estudos feministas 2024-01, Vol.32 (3), p.1-13
1. Verfasser: Fietz, Helena Moura
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
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Beschreibung
Zusammenfassung:A noção de capacidade é central para o tema da deficiência e suscita reflexões sobre como a lógica capacitista organiza a sociedade a partir do binômio corpos capazes e corpos não capazes. No presente artigo, parto das práticas de cuidado de adultos com deficiência intelectual para examinar como o binômio infância e adultez espelha tal lógica capacitista. A partir de pesquisa realizada junto às mães de adultos com deficiência intelectual na cidade de Porto Alegre entre os anos de 2017 e 2018, analiso os paradoxos de uma maternidade que é, ao mesmo tempo, responsável pela promoção da “autonomia e independência” de seus filhos e pelo seu bem-estar físico. Argumento que as noções de adulto e criança são constantemente acionadas para classificar comportamentos de pessoas com deficiência intelectual, fazendo com que a tensão entre tutela e autonomia que medeia o cuidado seja produzida a partir de noções rígidas do que é “ser um adulto”. Proponho, por fim, que a categoria de adultez, tal qual a de capacidade, se aplica de forma hierárquica na categorização de pessoas e na avaliação do bom cuidado para adultos com deficiência intelectual. Capacity/ability is a central category for discussions on disability in Brazil. It also leads to a reflection on how ableism orders society regarding the abled-body/disabled-body divide. In the present paper, I draw on the care practices for adults with intellectual disabilities to examine how the adulthood/childhood binary mirrors the ableist logic. Based on research conducted between 2017 and 2018 with mothers of adults with intellectual disabilities in the city of Porto Alegre, Brazil, I analyze the paradoxes of being at the same time responsible for promoting “autonomy and independence” and guaranteeing the well-being of their children. I argue that for people with intellectual disabilities, “adult” and “child” are categories commonly used to classify behaviors. Thus, rigid notions of what it means “to be an adult” produce the tension between protection and autonomy that mediate care. Finally, I contend that adulthood, as much as capacity, acts as a hierarchizing category that classifies persons and assesses what good care is for adults with intellectual disabilities. La noción de capacidad es central en el tema de la discapacidad en Brasil y plantea reflexiones sobre cómo la lógica capacitista organiza la sociedad a partir del binomio cuerpos capaces y cuerpos no capaces. En este artículo, me aparto de las prácticas de cuid
ISSN:0104-026X
1806-9584
1806-9584
DOI:10.1590/1806-9584-2024v32n3101265