Invisíveis e hipervisíveis: moradores de rua no espaço público urbano, midiático e político no Brasil

Neste artigo analisamos as dinâmicas associadas à condição dos moradores de rua em grandes cidades brasileiras de, ao mesmo tempo, permanecerem escassamente visíveis e estarem superexpostos nos espaços públicos: urbano, midiático e político. Adotamos a abordagem da sociologia de problemas públicos p...

Ausführliche Beschreibung

Gespeichert in:
Bibliographische Detailangaben
Veröffentlicht in:Revista colombiana de sociología 2020-07, Vol.43 (2)
1. Verfasser: Almeida Cunha Filgueiras, Cristina
Format: Artikel
Sprache:eng
Online-Zugang:Volltext
Tags: Tag hinzufügen
Keine Tags, Fügen Sie den ersten Tag hinzu!
container_end_page
container_issue 2
container_start_page
container_title Revista colombiana de sociología
container_volume 43
creator Almeida Cunha Filgueiras, Cristina
description Neste artigo analisamos as dinâmicas associadas à condição dos moradores de rua em grandes cidades brasileiras de, ao mesmo tempo, permanecerem escassamente visíveis e estarem superexpostos nos espaços públicos: urbano, midiático e político. Adotamos a abordagem da sociologia de problemas públicos para mostrar como o fenômeno social e urbano morar na rua precisou ser identificado, delimitado, analisado e se tornou uma questão para a qual a sociedade passou a demandar tratamento. No processo de formação e na evolução de um problema público podem ocorrer descontinuidades, rupturas, mutação, e a superposição ou convivência de camadas de elementos que pareciam superados. O entendimento da questão, tal como as estratégias de ação, está sujeito a mudanças, pois o fenômeno pode evoluir assim como os atores envolvidos. Apresentamos aqui um breve histórico da percepção e tratamento do tema no Brasil, com destaque para a mídia, o poder público e a existência de diagnósticos, levantamentos estatísticos e eventos de discussão sobre o tema no país. Enfatizamos que o fenômeno da vida na rua é multidimensional e heterogêneo, em razão de aspectos estritamente demográficos, ao observar as etapas do processo que leva uma pessoa a tornar-se morador de rua, ou ainda porque há grande diversidade na forma como os indivíduos vivem a trajetória de chegada e permanência na rua. Ao final do artigo concluímos que a definição e a delimitação do fenômeno morar na rua e sua operacionalização em indicadores mensuráveis, confrontados com a realidade no cotidiano das cidades, esbarram em situações que questionam os enquadramentos para os propósitos das políticas públicas quanto a quem é o morador de rua. As fronteiras são móveis ou difusas, pois existem faixas porosas, assim como são porosas as formas de tratamento do fenômeno, o qual deixou de ser tratado apenas com repressão à mendicância ou higienismo urbano para, também, ser tratado como gestão social, assistência, direito à vida e combate às drogas. Tudo isso ao permanecer como um problema sentido no cotidiano e com capacidade para afetar aos demais moradores da cidade.
doi_str_mv 10.15446/rcs.v43n2.82865
format Article
fullrecord <record><control><sourceid>crossref</sourceid><recordid>TN_cdi_crossref_primary_10_15446_rcs_v43n2_82865</recordid><sourceformat>XML</sourceformat><sourcesystem>PC</sourcesystem><sourcerecordid>10_15446_rcs_v43n2_82865</sourcerecordid><originalsourceid>FETCH-LOGICAL-c835-55510c67048e1b184d941792c08dbdc171b4fae8b6e29c5ecbbe61b8d1cb2b9c3</originalsourceid><addsrcrecordid>eNo9kL1OwzAcxC0EElXpzugHIMV27MRmg4qPSpVYOrBF_vhHGNI4smkkHoeJqS_AmhcjBMQtdzrpbvghdE7JkgrOi8to07LnecuWkslCHKEZY6LIBJfiGM0IZSSjQj2dokVKL2RUrnJZqhl6Xbe9T8OhB58w4GffQfwvrvAuRO1ChIQd4LjXuA0YUqeHz4C74cs03ga8j0a34QLvvPPDx9tPBbgLzXCY8ji5iTr55gyd1LpJsPjzOdre3W5XD9nm8X69ut5kVuYiE0JQYouScAnUUMmd4rRUzBLpjLO0pIbXGqQpgCkrwBoDBTXSUWuYUTafI_J7a2NIKUJdddHvdHyvKKkmXNWIq5pwVROu_BsXLmUl</addsrcrecordid><sourcetype>Aggregation Database</sourcetype><iscdi>true</iscdi><recordtype>article</recordtype></control><display><type>article</type><title>Invisíveis e hipervisíveis: moradores de rua no espaço público urbano, midiático e político no Brasil</title><source>DOAJ Directory of Open Access Journals</source><source>EZB-FREE-00999 freely available EZB journals</source><creator>Almeida Cunha Filgueiras, Cristina</creator><creatorcontrib>Almeida Cunha Filgueiras, Cristina</creatorcontrib><description>Neste artigo analisamos as dinâmicas associadas à condição dos moradores de rua em grandes cidades brasileiras de, ao mesmo tempo, permanecerem escassamente visíveis e estarem superexpostos nos espaços públicos: urbano, midiático e político. Adotamos a abordagem da sociologia de problemas públicos para mostrar como o fenômeno social e urbano morar na rua precisou ser identificado, delimitado, analisado e se tornou uma questão para a qual a sociedade passou a demandar tratamento. No processo de formação e na evolução de um problema público podem ocorrer descontinuidades, rupturas, mutação, e a superposição ou convivência de camadas de elementos que pareciam superados. O entendimento da questão, tal como as estratégias de ação, está sujeito a mudanças, pois o fenômeno pode evoluir assim como os atores envolvidos. Apresentamos aqui um breve histórico da percepção e tratamento do tema no Brasil, com destaque para a mídia, o poder público e a existência de diagnósticos, levantamentos estatísticos e eventos de discussão sobre o tema no país. Enfatizamos que o fenômeno da vida na rua é multidimensional e heterogêneo, em razão de aspectos estritamente demográficos, ao observar as etapas do processo que leva uma pessoa a tornar-se morador de rua, ou ainda porque há grande diversidade na forma como os indivíduos vivem a trajetória de chegada e permanência na rua. Ao final do artigo concluímos que a definição e a delimitação do fenômeno morar na rua e sua operacionalização em indicadores mensuráveis, confrontados com a realidade no cotidiano das cidades, esbarram em situações que questionam os enquadramentos para os propósitos das políticas públicas quanto a quem é o morador de rua. As fronteiras são móveis ou difusas, pois existem faixas porosas, assim como são porosas as formas de tratamento do fenômeno, o qual deixou de ser tratado apenas com repressão à mendicância ou higienismo urbano para, também, ser tratado como gestão social, assistência, direito à vida e combate às drogas. Tudo isso ao permanecer como um problema sentido no cotidiano e com capacidade para afetar aos demais moradores da cidade.</description><identifier>ISSN: 0120-159X</identifier><identifier>EISSN: 2256-5485</identifier><identifier>DOI: 10.15446/rcs.v43n2.82865</identifier><language>eng</language><ispartof>Revista colombiana de sociología, 2020-07, Vol.43 (2)</ispartof><lds50>peer_reviewed</lds50><oa>free_for_read</oa><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed><cites>FETCH-LOGICAL-c835-55510c67048e1b184d941792c08dbdc171b4fae8b6e29c5ecbbe61b8d1cb2b9c3</cites><orcidid>0000-0001-6200-9770</orcidid></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><link.rule.ids>314,780,784,864,27923,27924</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>Almeida Cunha Filgueiras, Cristina</creatorcontrib><title>Invisíveis e hipervisíveis: moradores de rua no espaço público urbano, midiático e político no Brasil</title><title>Revista colombiana de sociología</title><description>Neste artigo analisamos as dinâmicas associadas à condição dos moradores de rua em grandes cidades brasileiras de, ao mesmo tempo, permanecerem escassamente visíveis e estarem superexpostos nos espaços públicos: urbano, midiático e político. Adotamos a abordagem da sociologia de problemas públicos para mostrar como o fenômeno social e urbano morar na rua precisou ser identificado, delimitado, analisado e se tornou uma questão para a qual a sociedade passou a demandar tratamento. No processo de formação e na evolução de um problema público podem ocorrer descontinuidades, rupturas, mutação, e a superposição ou convivência de camadas de elementos que pareciam superados. O entendimento da questão, tal como as estratégias de ação, está sujeito a mudanças, pois o fenômeno pode evoluir assim como os atores envolvidos. Apresentamos aqui um breve histórico da percepção e tratamento do tema no Brasil, com destaque para a mídia, o poder público e a existência de diagnósticos, levantamentos estatísticos e eventos de discussão sobre o tema no país. Enfatizamos que o fenômeno da vida na rua é multidimensional e heterogêneo, em razão de aspectos estritamente demográficos, ao observar as etapas do processo que leva uma pessoa a tornar-se morador de rua, ou ainda porque há grande diversidade na forma como os indivíduos vivem a trajetória de chegada e permanência na rua. Ao final do artigo concluímos que a definição e a delimitação do fenômeno morar na rua e sua operacionalização em indicadores mensuráveis, confrontados com a realidade no cotidiano das cidades, esbarram em situações que questionam os enquadramentos para os propósitos das políticas públicas quanto a quem é o morador de rua. As fronteiras são móveis ou difusas, pois existem faixas porosas, assim como são porosas as formas de tratamento do fenômeno, o qual deixou de ser tratado apenas com repressão à mendicância ou higienismo urbano para, também, ser tratado como gestão social, assistência, direito à vida e combate às drogas. Tudo isso ao permanecer como um problema sentido no cotidiano e com capacidade para afetar aos demais moradores da cidade.</description><issn>0120-159X</issn><issn>2256-5485</issn><fulltext>true</fulltext><rsrctype>article</rsrctype><creationdate>2020</creationdate><recordtype>article</recordtype><recordid>eNo9kL1OwzAcxC0EElXpzugHIMV27MRmg4qPSpVYOrBF_vhHGNI4smkkHoeJqS_AmhcjBMQtdzrpbvghdE7JkgrOi8to07LnecuWkslCHKEZY6LIBJfiGM0IZSSjQj2dokVKL2RUrnJZqhl6Xbe9T8OhB58w4GffQfwvrvAuRO1ChIQd4LjXuA0YUqeHz4C74cs03ga8j0a34QLvvPPDx9tPBbgLzXCY8ji5iTr55gyd1LpJsPjzOdre3W5XD9nm8X69ut5kVuYiE0JQYouScAnUUMmd4rRUzBLpjLO0pIbXGqQpgCkrwBoDBTXSUWuYUTafI_J7a2NIKUJdddHvdHyvKKkmXNWIq5pwVROu_BsXLmUl</recordid><startdate>20200701</startdate><enddate>20200701</enddate><creator>Almeida Cunha Filgueiras, Cristina</creator><scope>AAYXX</scope><scope>CITATION</scope><orcidid>https://orcid.org/0000-0001-6200-9770</orcidid></search><sort><creationdate>20200701</creationdate><title>Invisíveis e hipervisíveis: moradores de rua no espaço público urbano, midiático e político no Brasil</title><author>Almeida Cunha Filgueiras, Cristina</author></sort><facets><frbrtype>5</frbrtype><frbrgroupid>cdi_FETCH-LOGICAL-c835-55510c67048e1b184d941792c08dbdc171b4fae8b6e29c5ecbbe61b8d1cb2b9c3</frbrgroupid><rsrctype>articles</rsrctype><prefilter>articles</prefilter><language>eng</language><creationdate>2020</creationdate><toplevel>peer_reviewed</toplevel><toplevel>online_resources</toplevel><creatorcontrib>Almeida Cunha Filgueiras, Cristina</creatorcontrib><collection>CrossRef</collection><jtitle>Revista colombiana de sociología</jtitle></facets><delivery><delcategory>Remote Search Resource</delcategory><fulltext>fulltext</fulltext></delivery><addata><au>Almeida Cunha Filgueiras, Cristina</au><format>journal</format><genre>article</genre><ristype>JOUR</ristype><atitle>Invisíveis e hipervisíveis: moradores de rua no espaço público urbano, midiático e político no Brasil</atitle><jtitle>Revista colombiana de sociología</jtitle><date>2020-07-01</date><risdate>2020</risdate><volume>43</volume><issue>2</issue><issn>0120-159X</issn><eissn>2256-5485</eissn><abstract>Neste artigo analisamos as dinâmicas associadas à condição dos moradores de rua em grandes cidades brasileiras de, ao mesmo tempo, permanecerem escassamente visíveis e estarem superexpostos nos espaços públicos: urbano, midiático e político. Adotamos a abordagem da sociologia de problemas públicos para mostrar como o fenômeno social e urbano morar na rua precisou ser identificado, delimitado, analisado e se tornou uma questão para a qual a sociedade passou a demandar tratamento. No processo de formação e na evolução de um problema público podem ocorrer descontinuidades, rupturas, mutação, e a superposição ou convivência de camadas de elementos que pareciam superados. O entendimento da questão, tal como as estratégias de ação, está sujeito a mudanças, pois o fenômeno pode evoluir assim como os atores envolvidos. Apresentamos aqui um breve histórico da percepção e tratamento do tema no Brasil, com destaque para a mídia, o poder público e a existência de diagnósticos, levantamentos estatísticos e eventos de discussão sobre o tema no país. Enfatizamos que o fenômeno da vida na rua é multidimensional e heterogêneo, em razão de aspectos estritamente demográficos, ao observar as etapas do processo que leva uma pessoa a tornar-se morador de rua, ou ainda porque há grande diversidade na forma como os indivíduos vivem a trajetória de chegada e permanência na rua. Ao final do artigo concluímos que a definição e a delimitação do fenômeno morar na rua e sua operacionalização em indicadores mensuráveis, confrontados com a realidade no cotidiano das cidades, esbarram em situações que questionam os enquadramentos para os propósitos das políticas públicas quanto a quem é o morador de rua. As fronteiras são móveis ou difusas, pois existem faixas porosas, assim como são porosas as formas de tratamento do fenômeno, o qual deixou de ser tratado apenas com repressão à mendicância ou higienismo urbano para, também, ser tratado como gestão social, assistência, direito à vida e combate às drogas. Tudo isso ao permanecer como um problema sentido no cotidiano e com capacidade para afetar aos demais moradores da cidade.</abstract><doi>10.15446/rcs.v43n2.82865</doi><orcidid>https://orcid.org/0000-0001-6200-9770</orcidid><oa>free_for_read</oa></addata></record>
fulltext fulltext
identifier ISSN: 0120-159X
ispartof Revista colombiana de sociología, 2020-07, Vol.43 (2)
issn 0120-159X
2256-5485
language eng
recordid cdi_crossref_primary_10_15446_rcs_v43n2_82865
source DOAJ Directory of Open Access Journals; EZB-FREE-00999 freely available EZB journals
title Invisíveis e hipervisíveis: moradores de rua no espaço público urbano, midiático e político no Brasil
url https://sfx.bib-bvb.de/sfx_tum?ctx_ver=Z39.88-2004&ctx_enc=info:ofi/enc:UTF-8&ctx_tim=2025-01-09T08%3A53%3A19IST&url_ver=Z39.88-2004&url_ctx_fmt=infofi/fmt:kev:mtx:ctx&rfr_id=info:sid/primo.exlibrisgroup.com:primo3-Article-crossref&rft_val_fmt=info:ofi/fmt:kev:mtx:journal&rft.genre=article&rft.atitle=Invis%C3%ADveis%20e%20hipervis%C3%ADveis:%20moradores%20de%20rua%20no%20espa%C3%A7o%20p%C3%BAblico%20urbano,%20midi%C3%A1tico%20e%20pol%C3%ADtico%20no%20Brasil&rft.jtitle=Revista%20colombiana%20de%20sociolog%C3%ADa&rft.au=Almeida%20Cunha%20Filgueiras,%20Cristina&rft.date=2020-07-01&rft.volume=43&rft.issue=2&rft.issn=0120-159X&rft.eissn=2256-5485&rft_id=info:doi/10.15446/rcs.v43n2.82865&rft_dat=%3Ccrossref%3E10_15446_rcs_v43n2_82865%3C/crossref%3E%3Curl%3E%3C/url%3E&disable_directlink=true&sfx.directlink=off&sfx.report_link=0&rft_id=info:oai/&rft_id=info:pmid/&rfr_iscdi=true