Exercícios de afeto em redes plurais epistêmicas

Este artigo compartilha experiências extensionistas que buscam promover a formação e o funcionamento criativo de redes inter/trans epistêmicas (ou inter/transdisciplinares). As ações que compuseram estas experiências se deram em torno do filme O Poço, e de três mesas de apresentação e debate realizadas no contexto do Festival do Conhecimento da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Uma análise de palavras foi realizada com o material textual escrito e transcrito, gerado durante estas ações. Cada palavra foi classificada em uma de três categorias, denominadas termos de carga subjetiva afetiva, termos de carga conceitual e termos de contextualização e propriedades, portanto, considerados valores de primeiro plano sugeridos pela experiência cognitivo afetiva dos sujeitos envolvidos, depreensíveis pela narrativa. De teor empírico, nossa avaliação de indicadores de discurso sugere que nossos co-partícipes vivenciaram estados de enredamento subjetivo, envolvendo qualificadores afetivos, éticos, estéticos, plurais, multimodais enfim. Nossa análise sugere que nossos trânsitos afetivos convivem com nossos sistemas de conhecimento. Tais estados, ao contrário da blindagem do pensamento objetivo aos nossos sujeitos na prática de análise técnica, científica, apontam para a coexistência, nestes indivíduos, de sujeitos e objetos, de tecituras narrativas que a despeito de racionais em nossa experiência intensa de trocas, tanto internas ao grupo, quanto na perspectiva do público em geral, são também encharcadas de emoções. Portanto, há convivência de razão e emoção como elementos de construção de conhecimento.