“Andarilhas”: agência, mobilidade e rebeldia na experiência colonial das mulheres Murui
A partir do trabalho etnográfico sobre narrativas biográficas de mulheres Murui, um grupo indígena da Amazônia colombo-peruana, o artigo discute sobre a mobilidade como constitutiva da experiência feminina. Ainda que tanto homens como mulheres migram, se desloquem, e viajem geograficamente de um lug...
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Veröffentlicht in: | Cadernos de campo : revista dos alunos de pós-graduação em antropologia 2021-12, Vol.30 (2), p.e193595 |
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1. Verfasser: | |
Format: | Artikel |
Sprache: | por |
Online-Zugang: | Volltext |
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Zusammenfassung: | A partir do trabalho etnográfico sobre narrativas biográficas de mulheres Murui, um grupo indígena da Amazônia colombo-peruana, o artigo discute sobre a mobilidade como constitutiva da experiência feminina. Ainda que tanto homens como mulheres migram, se desloquem, e viajem geograficamente de um lugar a outro, a mobilidade na vida das mulheres se configura de forma particular. Tanto por distinções de gênero das socio-cosmologias nativas, como pela articulação com o sistema de gênero moderno-colonial. Se argumenta que ser “andariega” (andarilha) se refere não só a mobilidade como recurso e agência feminina, como também a versatilidade para enfrentar os desafios de trajetórias indeterminadas, entrar em relação, em articular territórios, novas socialidades e negociar os desafios de um mundo permeado pelas hierarquias, pelas fronteiras simbólicas, sociais e políticas. Nas suas narrativas agência, rebeldia e mobilidade tecem-se como experiências corporificadas, carregadas de ensinamentos e conselhos para suas filhas e filhos sobre formas de habitar, territorializar e re-existir no mundo contemporâneo.
A partir do trabalho etnográfico sobre narrativas biográficas de mulheres Murui, um grupo indígena da Amazônia colombo-peruana, o artigo discute sobre a mobilidade como constitutiva da experiência feminina. Ainda que tanto homens como mulheres migram, se desloquem, e viajem geograficamente de um lugar a outro, a mobilidade na vida das mulheres se configura de forma particular. Tanto por distinções de gênero das socio-cosmologias nativas, como pela articulação com o sistema de gênero moderno-colonial. Se argumenta que ser “andariega” (andarilha) se refere não só a mobilidade como recurso e agência feminina, como também a versatilidade para enfrentar os desafios de trajetórias indeterminadas, entrar em relação, em articular territórios, novas socialidades e negociar os desafios de um mundo permeado pelas hierarquias, pelas fronteiras simbólicas, sociais e políticas. Nas suas narrativas agência, rebeldia e mobilidade tecem-se como experiências corporificadas, carregadas de ensinamentos e conselhos para suas filhas e filhos sobre formas de habitar, territorializar e re-existir no mundo contemporâneo.
Based on ethnographic work on biographical narratives of Murui women, an indigenous group from the Colombian-Peruvian Amazon, the article discusses mobility as constitutive of the female experience. Although both men and women migrate, move, and travel geographically from |
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ISSN: | 0104-5679 2316-9133 |
DOI: | 10.11606/issn.2316-9133.v30i2pe193595 |