A anatomia foliar de capim-amargoso influencia na resistência ao glyphosate?

O capim-amargoso (Digitaria insularis, L. Mez ex Ekman) é uma plantadaninha que requer altas dosesde glifosato ((N- [fosfonometilo] glicina) para seu controle, sendo pouco do herbicida aplicado absorvido pelas folhas. Diferenças morfológicas e histológicas em folhas de biótipos resistentes e suscetíveis ao glifosato podem explicar a susceptibilidade diferencial ao herbicida. Folhas de diferentes estádios de crescimento de plantas foram coletadas e submetidas à análise histológica e de microscopia eletrônica de varredura. Essas plantas foram também submetidas a uma curva de dose-resposta ao glifosato. Os resultados sugerem diferenças foliares que podem influenciar a absorção e translocação de glyphosate. Um parênquima menos espesso, menores distâncias entre feixes vasculares, e maior tamanho de floema no biótipo resistente em relação ao biótipo suscetível foram observados (diferenças próximo a 10%). Menor número de estômatos e maior deposição de cera epicuticular em estômatos e superfície foliar nos biótipos resistentes foram encontradas quando a folha veio do rebrote, levando a uma possível menor absorção do herbicida. Em biótipos resistentes encontrou-se aausência de tricomas nos últimos estágios do desenvolvimento (64% a menos do que os tricomas plantas suscetíveis). A maior concentração de tricomas em plantas sensíveis, podem ser uma via de absorção para o glyphosate por entre a cutícula.