Autovigilância da doença e qualidade de vida dos doentes diabéticos: estudo observacional em farmácias comunitárias

O estudo, realizado em doentes diabéticos, teve como objetivo descrever as comorbilidades e complicações associadas à diabetes, e caracterizar a frequência com que os doentes diabéticos fazem autovigilância da sua doença. Adicionalmente, pretendeu‐se caracterizar a qualidade de vida do doente diabét...

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Veröffentlicht in:Revista portuguesa de saúde pública 2016-01, Vol.34 (1), p.11-19
Hauptverfasser: Mendes, Zilda, Guedes, Sandra, Guerreiro, José Pedro, Inês, Monica, Sousa, Ana, Miranda, Ana
Format: Artikel
Sprache:por
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Zusammenfassung:O estudo, realizado em doentes diabéticos, teve como objetivo descrever as comorbilidades e complicações associadas à diabetes, e caracterizar a frequência com que os doentes diabéticos fazem autovigilância da sua doença. Adicionalmente, pretendeu‐se caracterizar a qualidade de vida do doente diabético, bem como os fatores que a influenciam. Estudo observacional transversal. Foram convidadas a participar neste estudo 800 farmácias, com cobertura geográfica a nível nacional. Utentes das farmácias aderentes, com uma prescrição para uso próprio de, pelo menos, um medicamento com indicação para a diabetes (grupo A10da classificação ATC da Organização Mundial de Saúde [OMS]), foram convidados a participar no estudo, através do preenchimento de 2 questionários. A avaliação dos fatores que influenciam a qualidade de vida foi efetuada através da modelação em 2 fases utilizando propensity scores. Duzentas e onze farmácias aceitaram participar no estudo (26,4%). Foram recrutados 1.479 doentes diabéticos adultos, 53,7% do sexo feminino e com idade média de 64,1 anos. Neuropatia (27,3%), retinopatia (22,4%) e nefropatia (11,9%) foram as complicações associadas à diabetes mais frequentemente reportadas. Na maioria dos doentes, a autovigilância da glicemia foi referida com frequência superior a uma ou 2 vezes por mês. Em cerca de 28% dos casos, a autovigilância dos pés nunca ou raramente foi efetuada e 27% dos doentes declarou nunca ter feito uma consulta de oftalmologia. Análises à glicemia e hemoglobina glicosilada foram realizadas anualmente em 25% dos participantes. A maioria dos doentes fazia terapêutica com antidiabéticos orais (ADO). O questionário ADDQoL foi preenchido por 1.151 participantes. A pontuação obtida revelou que o impacto ponderado da diabetes na qualidade de vida é percecionado como negativo. As variáveis que influenciam a qualidade de vida foram: nefropatia (Odds Ratio [OR]=2,2 [intervalo de confiança 95% {IC95%}: 1,28‐3,86]), toma de insulina (OR=2,2 [IC95%: 1,35‐3,50]), idade (OR=1,9 [IC95%: 1,21‐3,05]), retinopatia (OR=1,8 [IC95%: 1,12‐2,91]) e exercício físico (OR=0,5 [IC95%: 0,33‐0,83]). Os resultados do estudo são importantes para um melhor conhecimento das comorbilidades, complicações e a forma como o doente faz a vigilância da doença. Verificou‐se que esta doença tem uma carga negativa para os doentes, principalmente nos que tomam insulina, sendo agravada com a idade e melhorando com a realização de exercício físico. Neste estudo, o modelo
ISSN:0870-9025
DOI:10.1016/j.rpsp.2015.06.007