Uso rotineiro do teste anti-HIV entre homens que fazem sexo com homens: do risco à prevenção

Resumo: Desenvolvemos uma revisão crítica da literatura sobre o uso recorrente do teste anti-HIV entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Procedemos a uma revisão narrativa da literatura, em que analisamos as diversas concepções sobre testagem frequente ao longo do tempo, suas implicações para...

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Veröffentlicht in:Cadernos de saúde pública 2017, Vol.33 (4)
Hauptverfasser: Redoschi, Bruna Robba Lara, Zucchi, Eliana Miura, Barros, Claudia Renata dos Santos, Paiva, Vera Silvia Facciolla
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
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creator Redoschi, Bruna Robba Lara
Zucchi, Eliana Miura
Barros, Claudia Renata dos Santos
Paiva, Vera Silvia Facciolla
description Resumo: Desenvolvemos uma revisão crítica da literatura sobre o uso recorrente do teste anti-HIV entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Procedemos a uma revisão narrativa da literatura, em que analisamos as diversas concepções sobre testagem frequente ao longo do tempo, suas implicações para os programas de saúde e os principais marcadores sociais que influenciam a incorporação do teste anti-HIV como rotina de cuidado. Embora exista desde os anos 1990, a testagem recorrente entre HSH era frequentemente interpretada como exposição aumentada ao HIV em razão da ausência de uso do preservativo e, consequentemente, uma testagem “desnecessária”. A partir dos anos 2000, a testagem periódica passou a ser uma recomendação programática e, sua realização, interpretada como meta a ser atingida. A percepção dos indivíduos sobre o uso que faziam do teste foi raramente considerada para caracterizar este uso como rotina de cuidado. No plano social e cultural, aspectos individuais associados ao teste recente ou de rotina estiveram inscritos em contextos de normas favoráveis ao teste e de menor estigma da AIDS. Diferenças geracionais, de escolarização e relacionadas ao tipo de parceria afetivo-sexual desempenham importantes papéis para o teste. Tais diferenças realçam que a categoria epidemiológica “homens que fazem sexo com homens” abrange diversas relações, identidades e práticas que resultam em usos específicos do teste como estratégia de prevenção. Assim, o diálogo entre programas, profissionais de saúde e as pessoas mais afetadas pela epidemia é central à construção de respostas com efetivo potencial de enfrentamento à epidemia de HIV, e pautadas no respeito aos direitos humanos.
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Procedemos a uma revisão narrativa da literatura, em que analisamos as diversas concepções sobre testagem frequente ao longo do tempo, suas implicações para os programas de saúde e os principais marcadores sociais que influenciam a incorporação do teste anti-HIV como rotina de cuidado. Embora exista desde os anos 1990, a testagem recorrente entre HSH era frequentemente interpretada como exposição aumentada ao HIV em razão da ausência de uso do preservativo e, consequentemente, uma testagem “desnecessária”. A partir dos anos 2000, a testagem periódica passou a ser uma recomendação programática e, sua realização, interpretada como meta a ser atingida. A percepção dos indivíduos sobre o uso que faziam do teste foi raramente considerada para caracterizar este uso como rotina de cuidado. No plano social e cultural, aspectos individuais associados ao teste recente ou de rotina estiveram inscritos em contextos de normas favoráveis ao teste e de menor estigma da AIDS. Diferenças geracionais, de escolarização e relacionadas ao tipo de parceria afetivo-sexual desempenham importantes papéis para o teste. Tais diferenças realçam que a categoria epidemiológica “homens que fazem sexo com homens” abrange diversas relações, identidades e práticas que resultam em usos específicos do teste como estratégia de prevenção. Assim, o diálogo entre programas, profissionais de saúde e as pessoas mais afetadas pela epidemia é central à construção de respostas com efetivo potencial de enfrentamento à epidemia de HIV, e pautadas no respeito aos direitos humanos.</description><identifier>ISSN: 1678-4464</identifier><identifier>DOI: 10.1590/0102-311x00014716</identifier><language>eng ; por</language><publisher>Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz</publisher><subject>Direitos Humanos ; HIV ; Homossexualidade Masculina ; PUBLIC, ENVIRONMENTAL &amp; OCCUPATIONAL HEALTH ; Sorodiagnóstico da AIDS</subject><ispartof>Cadernos de saúde pública, 2017, Vol.33 (4)</ispartof><rights>This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.</rights><lds50>peer_reviewed</lds50><oa>free_for_read</oa><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><link.rule.ids>230,315,782,786,866,887,27931,27932</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>Redoschi, Bruna Robba Lara</creatorcontrib><creatorcontrib>Zucchi, Eliana Miura</creatorcontrib><creatorcontrib>Barros, Claudia Renata dos Santos</creatorcontrib><creatorcontrib>Paiva, Vera Silvia Facciolla</creatorcontrib><title>Uso rotineiro do teste anti-HIV entre homens que fazem sexo com homens: do risco à prevenção</title><title>Cadernos de saúde pública</title><addtitle>Cad. 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No plano social e cultural, aspectos individuais associados ao teste recente ou de rotina estiveram inscritos em contextos de normas favoráveis ao teste e de menor estigma da AIDS. Diferenças geracionais, de escolarização e relacionadas ao tipo de parceria afetivo-sexual desempenham importantes papéis para o teste. Tais diferenças realçam que a categoria epidemiológica “homens que fazem sexo com homens” abrange diversas relações, identidades e práticas que resultam em usos específicos do teste como estratégia de prevenção. 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A percepção dos indivíduos sobre o uso que faziam do teste foi raramente considerada para caracterizar este uso como rotina de cuidado. No plano social e cultural, aspectos individuais associados ao teste recente ou de rotina estiveram inscritos em contextos de normas favoráveis ao teste e de menor estigma da AIDS. Diferenças geracionais, de escolarização e relacionadas ao tipo de parceria afetivo-sexual desempenham importantes papéis para o teste. Tais diferenças realçam que a categoria epidemiológica “homens que fazem sexo com homens” abrange diversas relações, identidades e práticas que resultam em usos específicos do teste como estratégia de prevenção. 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