Descolonizar o pensamento museológico: reintegrando a matéria para re-pensar os museus

RESUMO O artigo apresenta uma reflexão com bases teóricas sobre as estruturas coloniais dos museus, considerando historicamente o desenvolvimento dessas instituições no Brasil desde a criação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 1818. Propõe a descolonização do pensamento museológico por meio do...

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Veröffentlicht in:Anais do Museu Paulista 2020, Vol.28, p.1
1. Verfasser: BRULON, BRUNO
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description RESUMO O artigo apresenta uma reflexão com bases teóricas sobre as estruturas coloniais dos museus, considerando historicamente o desenvolvimento dessas instituições no Brasil desde a criação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 1818. Propõe a descolonização do pensamento museológico por meio do reconhecimento crítico de suas bases no Iluminismo e na reiteração material do sujeito racional como sujeito ontológico herdado desde o cogito cartesiano. Abordando a crítica decolonial, identifica na separação entre sujeito e objeto e entre pensamento e matéria - estruturantes do pensamento filosófico ocidental - o principal traço do colonialismo nos regimes museais e patrimoniais. Entendendo os museus como dispositivos de “materialização”, segundo o conceito de Judith Butler, o artigo propõe a reintegração da matéria ao pensamento na teoria museológica como caminho para re-pensar as práticas museais em regimes pós-coloniais. ABSTRACT The article presents a theoretical reflection on the colonial basis of the museum, considering its historical development in Brazil, since the creation of the National Museum (Museu Nacional) in Rio de Janeiro, in 1818. It proposes the decolonization of museological thinking by critically recognizing its foundations in the Enlightenment and in the reiteration of the rational and material subject, the ontological subject inherited since the cartesian cogito. In a decolonial approach, it identifies as the main trace of colonialism in museums and in cultural heritage the breach between subject and object, and between thinking and matter, which are structural of philosophical thinking in the West. Comprehending museums as devices for “materialization”, based on the concept by Judith Butler, the paper proposes the reintegration of matter into thinking in museological theory as a path to re-thinking museum practice in post-colonial regimes.
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Propõe a descolonização do pensamento museológico por meio do reconhecimento crítico de suas bases no Iluminismo e na reiteração material do sujeito racional como sujeito ontológico herdado desde o cogito cartesiano. Abordando a crítica decolonial, identifica na separação entre sujeito e objeto e entre pensamento e matéria - estruturantes do pensamento filosófico ocidental - o principal traço do colonialismo nos regimes museais e patrimoniais. Entendendo os museus como dispositivos de “materialização”, segundo o conceito de Judith Butler, o artigo propõe a reintegração da matéria ao pensamento na teoria museológica como caminho para re-pensar as práticas museais em regimes pós-coloniais. ABSTRACT The article presents a theoretical reflection on the colonial basis of the museum, considering its historical development in Brazil, since the creation of the National Museum (Museu Nacional) in Rio de Janeiro, in 1818. It proposes the decolonization of museological thinking by critically recognizing its foundations in the Enlightenment and in the reiteration of the rational and material subject, the ontological subject inherited since the cartesian cogito. In a decolonial approach, it identifies as the main trace of colonialism in museums and in cultural heritage the breach between subject and object, and between thinking and matter, which are structural of philosophical thinking in the West. Comprehending museums as devices for “materialization”, based on the concept by Judith Butler, the paper proposes the reintegration of matter into thinking in museological theory as a path to re-thinking museum practice in post-colonial regimes.</description><identifier>ISSN: 0101-4714</identifier><identifier>ISSN: 1982-0267</identifier><identifier>EISSN: 1982-0267</identifier><identifier>DOI: 10.1590/1982-02672020v28e1</identifier><language>por</language><publisher>Sao Paulo: Universidade de Sao Paulo</publisher><subject>Brazilian culture ; Colonialism ; Cultural heritage ; Decolonization ; HUMANITIES, MULTIDISCIPLINARY ; Museum studies</subject><ispartof>Anais do Museu Paulista, 2020, Vol.28, p.1</ispartof><rights>Copyright Universidade de Sao Paulo 2020</rights><rights>This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.</rights><lds50>peer_reviewed</lds50><oa>free_for_read</oa><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed><cites>FETCH-LOGICAL-c2241-6fd6a3659ae275b8074f7225f84695ff0a82fc8c9b22dad9029abe86b8bcec5b3</cites><orcidid>0000-0002-1037-8598</orcidid></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><link.rule.ids>230,314,780,784,864,885,27924,27925</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>BRULON, BRUNO</creatorcontrib><title>Descolonizar o pensamento museológico: reintegrando a matéria para re-pensar os museus</title><title>Anais do Museu Paulista</title><addtitle>An. mus. paul</addtitle><description>RESUMO O artigo apresenta uma reflexão com bases teóricas sobre as estruturas coloniais dos museus, considerando historicamente o desenvolvimento dessas instituições no Brasil desde a criação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 1818. Propõe a descolonização do pensamento museológico por meio do reconhecimento crítico de suas bases no Iluminismo e na reiteração material do sujeito racional como sujeito ontológico herdado desde o cogito cartesiano. Abordando a crítica decolonial, identifica na separação entre sujeito e objeto e entre pensamento e matéria - estruturantes do pensamento filosófico ocidental - o principal traço do colonialismo nos regimes museais e patrimoniais. Entendendo os museus como dispositivos de “materialização”, segundo o conceito de Judith Butler, o artigo propõe a reintegração da matéria ao pensamento na teoria museológica como caminho para re-pensar as práticas museais em regimes pós-coloniais. ABSTRACT The article presents a theoretical reflection on the colonial basis of the museum, considering its historical development in Brazil, since the creation of the National Museum (Museu Nacional) in Rio de Janeiro, in 1818. It proposes the decolonization of museological thinking by critically recognizing its foundations in the Enlightenment and in the reiteration of the rational and material subject, the ontological subject inherited since the cartesian cogito. In a decolonial approach, it identifies as the main trace of colonialism in museums and in cultural heritage the breach between subject and object, and between thinking and matter, which are structural of philosophical thinking in the West. 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Propõe a descolonização do pensamento museológico por meio do reconhecimento crítico de suas bases no Iluminismo e na reiteração material do sujeito racional como sujeito ontológico herdado desde o cogito cartesiano. Abordando a crítica decolonial, identifica na separação entre sujeito e objeto e entre pensamento e matéria - estruturantes do pensamento filosófico ocidental - o principal traço do colonialismo nos regimes museais e patrimoniais. Entendendo os museus como dispositivos de “materialização”, segundo o conceito de Judith Butler, o artigo propõe a reintegração da matéria ao pensamento na teoria museológica como caminho para re-pensar as práticas museais em regimes pós-coloniais. ABSTRACT The article presents a theoretical reflection on the colonial basis of the museum, considering its historical development in Brazil, since the creation of the National Museum (Museu Nacional) in Rio de Janeiro, in 1818. It proposes the decolonization of museological thinking by critically recognizing its foundations in the Enlightenment and in the reiteration of the rational and material subject, the ontological subject inherited since the cartesian cogito. In a decolonial approach, it identifies as the main trace of colonialism in museums and in cultural heritage the breach between subject and object, and between thinking and matter, which are structural of philosophical thinking in the West. Comprehending museums as devices for “materialization”, based on the concept by Judith Butler, the paper proposes the reintegration of matter into thinking in museological theory as a path to re-thinking museum practice in post-colonial regimes.</abstract><cop>Sao Paulo</cop><pub>Universidade de Sao Paulo</pub><doi>10.1590/1982-02672020v28e1</doi><orcidid>https://orcid.org/0000-0002-1037-8598</orcidid><oa>free_for_read</oa></addata></record>
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