Língua de sinais e ensino bilíngue: simples escolha linguística e pedagógica? A lição de Auguste Bébian

Auguste Bébian (1789 - 1839, Pointe-à-Pitre) foi o primeiro a lançar as bases para a educação bilíngue como a conhecemos hoje: a língua de sinais com a língua oral e o francês escrito. Bébian também desenvolveu um sistema de escrita em língua de sinais (Mimographie, 1825) e, finalmente, o que consti...

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Veröffentlicht in:Educação temática digital 2022-12, Vol.24 (4), p.781-795
Hauptverfasser: Bertin, Fabrice, Benvenuto, Andrea
Format: Artikel
Sprache:eng ; por
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Beschreibung
Zusammenfassung:Auguste Bébian (1789 - 1839, Pointe-à-Pitre) foi o primeiro a lançar as bases para a educação bilíngue como a conhecemos hoje: a língua de sinais com a língua oral e o francês escrito. Bébian também desenvolveu um sistema de escrita em língua de sinais (Mimographie, 1825) e, finalmente, o que constitui o cerne de seu projeto filosófico: despojando-a dos sinais metódicos inventados pelo Abade de l'Épée, a língua de sinais recupera sua própria estrutura e funcionando diferentemente das línguas vocais, é considerada a língua natural dos surdos. Além disso, Bébian não vê nela um meio de expressar os pensamentos dos surdos, a língua de sinais é seu instrumento (Essai sur les sourds-muets et sur le langage naturel, 1817). O objetivo deste artigo é demonstrar que, na educação de surdos, a língua de sinais não pode ser definida como uma opção linguística e pedagógica "simples". A língua de sinais inscreve-se sobretudo numa certa reflexão ontológica e ecológica, pois situa-se na própria encruzilhada das relações entre os indivíduos, suas capacidades e as atividades em torno das quais organizam suas vidas e seu ambiente. Abordar a questão da língua de sinais na educação bilíngue de jovens surdos hoje, para além dos marcos legais, institucionais e pedagógicos, implica levantar a questão de sua necessidade e as condições de sua contingência.
ISSN:1676-2592
1676-2592
DOI:10.20396/etd.v24i4.8670059