O governo das condutas e os riscos do risco na saúde
Buscamos, a partir de uma perspectiva governamental, refletir sobre os modos que o conceito de risco vem operando na saúde e dialogar com práticas discursivas, como a Nova Saúde Pública e a Medicina da Vigilância. Entendemos que o risco não existe em si, mas constitui-se como uma tecnologia moral e...
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Veröffentlicht in: | Interface (Botucatu, Brazil) Brazil), 2019, Vol.23 |
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description | Buscamos, a partir de uma perspectiva governamental, refletir sobre os modos que o conceito de risco vem operando na saúde e dialogar com práticas discursivas, como a Nova Saúde Pública e a Medicina da Vigilância. Entendemos que o risco não existe em si, mas constitui-se como uma tecnologia moral e política que fabrica modos de olhar e de calcular a realidade, governar condutas, normalizar o social e produzir subjetividades. Ao estimular uma vida saudável, seus efeitos podem contribuir para uma “governamentalidade neoliberal”, induzindo-nos a uma autovigilância ativa, construindo uma “cidadania econômica” e um ideal de “empresários de si mesmos” e criando redes de vigilância e normalização que reforcem modos submissos e pouco potentes de viver. Apesar desses “riscos do risco”, essas tecnologias defrontam-se continuamente com práticas de resistência e contracondutas que inventam outros possíveis para a saúde e a vida.
A partir de una perspectiva gubernamental, buscamos reflexionar sobre los modos en que el concepto de riesgo opera en la salud y dialogar con prácticas discursivas tales como la Nueva Salud Pública y la Medicina de la Vigilancia. Entendemos que el riesgo no existe en sí, pero se constituye como una tecnología moral y política que fabrica modos de mirar y de calcular la realidad, gobernar conductas, normalizar lo social y producir subjetividades. Al incentivar una vida saludable, sus efectos pueden contribuir para una “capacidad de gobernabilidad neoliberal”, induciéndonos a una auto-vigilancia activa, construyendo una “ciudadanía económica” y un ideal de “empresarios de sí mismos” y creando redes de vigilancia y normalización que refuercen modos sumisos y poco potentes de vivir. A pesar de esos “riesgos del riesgo” esas tecnologías se enfrentan continuamente con prácticas de resistencia y contra-conductas que inventan otros posibles para la salud y la vida.
Through a governmental perspective, we seek to reflect on the ways that the concept of risk operates in health field and dialogue with discursive practices such as New Public Health and Surveillance Medicine. We understand that risk does not exist itself but represents a moral and political technology that produces ways of looking and calculating reality, governing conduct, normalizing the social and making up subjectivities. By stimulating a healthy life, its effects can contribute to a “neoliberal governmentality”, inducing us to active self-vigilance, building an “economic citizenship” a |
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A partir de una perspectiva gubernamental, buscamos reflexionar sobre los modos en que el concepto de riesgo opera en la salud y dialogar con prácticas discursivas tales como la Nueva Salud Pública y la Medicina de la Vigilancia. Entendemos que el riesgo no existe en sí, pero se constituye como una tecnología moral y política que fabrica modos de mirar y de calcular la realidad, gobernar conductas, normalizar lo social y producir subjetividades. Al incentivar una vida saludable, sus efectos pueden contribuir para una “capacidad de gobernabilidad neoliberal”, induciéndonos a una auto-vigilancia activa, construyendo una “ciudadanía económica” y un ideal de “empresarios de sí mismos” y creando redes de vigilancia y normalización que refuercen modos sumisos y poco potentes de vivir. A pesar de esos “riesgos del riesgo” esas tecnologías se enfrentan continuamente con prácticas de resistencia y contra-conductas que inventan otros posibles para la salud y la vida.
Through a governmental perspective, we seek to reflect on the ways that the concept of risk operates in health field and dialogue with discursive practices such as New Public Health and Surveillance Medicine. We understand that risk does not exist itself but represents a moral and political technology that produces ways of looking and calculating reality, governing conduct, normalizing the social and making up subjectivities. By stimulating a healthy life, its effects can contribute to a “neoliberal governmentality”, inducing us to active self-vigilance, building an “economic citizenship” and an ideal of “self-entrepreneurs” and creating networks of surveillance and normalization that reinforce submissive and powerless ways of living. Despite these “risks of risk”, these technologies are continually confronted with resistance practices and counter-discoveries that invent others that are possible for health and life.</description><identifier>ISSN: 1414-3283</identifier><identifier>ISSN: 1807-5762</identifier><identifier>EISSN: 1807-5762</identifier><identifier>DOI: 10.1590/interface.190208</identifier><language>eng ; por</language><publisher>Botucatu: Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" Fundacao U N I</publisher><subject>Gobernabilidad ; Medicina ; Neoliberalism ; Riesgo ; Salud pública</subject><ispartof>Interface (Botucatu, Brazil), 2019, Vol.23</ispartof><rights>2019. This work is published under https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.en (the “License”). Notwithstanding the ProQuest Terms and Conditions, you may use this content in accordance with the terms of the License.</rights><lds50>peer_reviewed</lds50><oa>free_for_read</oa><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed><cites>FETCH-LOGICAL-c2168-3bfa1598b3cb2e07ec46670db88c5d5d2c4719bd6af4a4eb964887030f8d32603</cites><orcidid>0000-0002-4260-2507 ; 0000-0003-0723-9519 ; 0000-0001-9847-3663</orcidid></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><link.rule.ids>314,780,784,864,4024,27923,27924,27925</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>Carvalho, Sergio Resende</creatorcontrib><creatorcontrib>Andrade, Henrique Sater de</creatorcontrib><creatorcontrib>Oliveira, Cathana Freitas de</creatorcontrib><title>O governo das condutas e os riscos do risco na saúde</title><title>Interface (Botucatu, Brazil)</title><description>Buscamos, a partir de uma perspectiva governamental, refletir sobre os modos que o conceito de risco vem operando na saúde e dialogar com práticas discursivas, como a Nova Saúde Pública e a Medicina da Vigilância. Entendemos que o risco não existe em si, mas constitui-se como uma tecnologia moral e política que fabrica modos de olhar e de calcular a realidade, governar condutas, normalizar o social e produzir subjetividades. Ao estimular uma vida saudável, seus efeitos podem contribuir para uma “governamentalidade neoliberal”, induzindo-nos a uma autovigilância ativa, construindo uma “cidadania econômica” e um ideal de “empresários de si mesmos” e criando redes de vigilância e normalização que reforcem modos submissos e pouco potentes de viver. Apesar desses “riscos do risco”, essas tecnologias defrontam-se continuamente com práticas de resistência e contracondutas que inventam outros possíveis para a saúde e a vida.
A partir de una perspectiva gubernamental, buscamos reflexionar sobre los modos en que el concepto de riesgo opera en la salud y dialogar con prácticas discursivas tales como la Nueva Salud Pública y la Medicina de la Vigilancia. Entendemos que el riesgo no existe en sí, pero se constituye como una tecnología moral y política que fabrica modos de mirar y de calcular la realidad, gobernar conductas, normalizar lo social y producir subjetividades. Al incentivar una vida saludable, sus efectos pueden contribuir para una “capacidad de gobernabilidad neoliberal”, induciéndonos a una auto-vigilancia activa, construyendo una “ciudadanía económica” y un ideal de “empresarios de sí mismos” y creando redes de vigilancia y normalización que refuercen modos sumisos y poco potentes de vivir. A pesar de esos “riesgos del riesgo” esas tecnologías se enfrentan continuamente con prácticas de resistencia y contra-conductas que inventan otros posibles para la salud y la vida.
Through a governmental perspective, we seek to reflect on the ways that the concept of risk operates in health field and dialogue with discursive practices such as New Public Health and Surveillance Medicine. We understand that risk does not exist itself but represents a moral and political technology that produces ways of looking and calculating reality, governing conduct, normalizing the social and making up subjectivities. By stimulating a healthy life, its effects can contribute to a “neoliberal governmentality”, inducing us to active self-vigilance, building an “economic citizenship” and an ideal of “self-entrepreneurs” and creating networks of surveillance and normalization that reinforce submissive and powerless ways of living. Despite these “risks of risk”, these technologies are continually confronted with resistance practices and counter-discoveries that invent others that are possible for health and life.</description><subject>Gobernabilidad</subject><subject>Medicina</subject><subject>Neoliberalism</subject><subject>Riesgo</subject><subject>Salud pública</subject><issn>1414-3283</issn><issn>1807-5762</issn><issn>1807-5762</issn><fulltext>true</fulltext><rsrctype>article</rsrctype><creationdate>2019</creationdate><recordtype>article</recordtype><sourceid>ABUWG</sourceid><sourceid>AFKRA</sourceid><sourceid>AZQEC</sourceid><sourceid>BENPR</sourceid><sourceid>CCPQU</sourceid><sourceid>DWQXO</sourceid><sourceid>GNUQQ</sourceid><sourceid>DOA</sourceid><recordid>eNo9kEtLAzEUhYMoWLR7lwHXU28ek2SWUnwUCt3oOuRZptRJTaaCf82tf8zoSFfn43I493AQuiGwIG0Hd_0whhyNCwvSAQV1hmZEgWxaKeh5ZU54w6hil2heSm-Bik6C7NoZajd4mz5CHhL2pmCXBn8cKwScCs59cVV8mggPBhfz_eXDNbqIZl_C_F-v0Ovjw8vyuVlvnlbL-3XjKBGqYTaa2k9Z5iwNIIPjQkjwVinX-tZTxyXprBcmcsOD7QRXSgKDqDyjAtgVWk25PpmdPuT-zeRPnUyv_w4pb7XJY-_2QRvipLEQCQDjnKlOmWB5pBUkJz7UrNsp65DT-zGUUe_SMQ-1vqZcMgDBCKsumFwup1JyiKevBPTv1vq0tZ62Zj-DrnIw</recordid><startdate>2019</startdate><enddate>2019</enddate><creator>Carvalho, Sergio Resende</creator><creator>Andrade, Henrique Sater de</creator><creator>Oliveira, Cathana Freitas de</creator><general>Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" Fundacao U N I</general><general>Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp)</general><scope>AAYXX</scope><scope>CITATION</scope><scope>0-V</scope><scope>3V.</scope><scope>7XB</scope><scope>88B</scope><scope>8FK</scope><scope>ABUWG</scope><scope>AFKRA</scope><scope>ALSLI</scope><scope>AZQEC</scope><scope>BENPR</scope><scope>CCPQU</scope><scope>CJNVE</scope><scope>DWQXO</scope><scope>GNUQQ</scope><scope>M0P</scope><scope>PIMPY</scope><scope>PQEDU</scope><scope>PQEST</scope><scope>PQQKQ</scope><scope>PQUKI</scope><scope>PRINS</scope><scope>Q9U</scope><scope>DOA</scope><orcidid>https://orcid.org/0000-0002-4260-2507</orcidid><orcidid>https://orcid.org/0000-0003-0723-9519</orcidid><orcidid>https://orcid.org/0000-0001-9847-3663</orcidid></search><sort><creationdate>2019</creationdate><title>O governo das condutas e os riscos do risco na saúde</title><author>Carvalho, Sergio Resende ; 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Entendemos que o risco não existe em si, mas constitui-se como uma tecnologia moral e política que fabrica modos de olhar e de calcular a realidade, governar condutas, normalizar o social e produzir subjetividades. Ao estimular uma vida saudável, seus efeitos podem contribuir para uma “governamentalidade neoliberal”, induzindo-nos a uma autovigilância ativa, construindo uma “cidadania econômica” e um ideal de “empresários de si mesmos” e criando redes de vigilância e normalização que reforcem modos submissos e pouco potentes de viver. Apesar desses “riscos do risco”, essas tecnologias defrontam-se continuamente com práticas de resistência e contracondutas que inventam outros possíveis para a saúde e a vida.
A partir de una perspectiva gubernamental, buscamos reflexionar sobre los modos en que el concepto de riesgo opera en la salud y dialogar con prácticas discursivas tales como la Nueva Salud Pública y la Medicina de la Vigilancia. Entendemos que el riesgo no existe en sí, pero se constituye como una tecnología moral y política que fabrica modos de mirar y de calcular la realidad, gobernar conductas, normalizar lo social y producir subjetividades. Al incentivar una vida saludable, sus efectos pueden contribuir para una “capacidad de gobernabilidad neoliberal”, induciéndonos a una auto-vigilancia activa, construyendo una “ciudadanía económica” y un ideal de “empresarios de sí mismos” y creando redes de vigilancia y normalización que refuercen modos sumisos y poco potentes de vivir. A pesar de esos “riesgos del riesgo” esas tecnologías se enfrentan continuamente con prácticas de resistencia y contra-conductas que inventan otros posibles para la salud y la vida.
Through a governmental perspective, we seek to reflect on the ways that the concept of risk operates in health field and dialogue with discursive practices such as New Public Health and Surveillance Medicine. We understand that risk does not exist itself but represents a moral and political technology that produces ways of looking and calculating reality, governing conduct, normalizing the social and making up subjectivities. By stimulating a healthy life, its effects can contribute to a “neoliberal governmentality”, inducing us to active self-vigilance, building an “economic citizenship” and an ideal of “self-entrepreneurs” and creating networks of surveillance and normalization that reinforce submissive and powerless ways of living. Despite these “risks of risk”, these technologies are continually confronted with resistance practices and counter-discoveries that invent others that are possible for health and life.</abstract><cop>Botucatu</cop><pub>Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho" Fundacao U N I</pub><doi>10.1590/interface.190208</doi><orcidid>https://orcid.org/0000-0002-4260-2507</orcidid><orcidid>https://orcid.org/0000-0003-0723-9519</orcidid><orcidid>https://orcid.org/0000-0001-9847-3663</orcidid><oa>free_for_read</oa></addata></record> |
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