A cosmografia Munduruku em movimento: saúde, território e estratégias de sobrevivência na Amazônia brasileira
Neste artigo, examina-se a perspectiva do povo Munduruku sobre o meio ambiente, bem como a relação do conhecimento e da práxis deste povo em relação à prevenção e à resolução de problemas de saúde. A ocupação do território, o uso de recursos disponíveis e a vida social implicam efeitos sobre os corp...
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Veröffentlicht in: | Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências humanas 2018-01, Vol.13 (1), p.89-108 |
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Hauptverfasser: | , , |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng ; por |
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creator | Scopel, Daniel Dias-Scopel, Raquel Langdon, Esther Jean |
description | Neste artigo, examina-se a perspectiva do povo Munduruku sobre o meio ambiente, bem como a relação do conhecimento e da práxis deste povo em relação à prevenção e à resolução de problemas de saúde. A ocupação do território, o uso de recursos disponíveis e a vida social implicam efeitos sobre os corpos Munduruku, na medida em que a manutenção dos laços sociais e a proteção do ambiente são consideradas por eles como condições necessárias para a reprodução da coletividade. A partir de uma perspectiva particular aos Munduruku sobre como funciona o cosmo e sobre a eficácia das práticas de autoatenção, necessárias à reprodução biossocial individual e coletiva, evidencia-se, neste artigo, a relação intrínseca entre ambiente e saúde, evocando a articulação entre as dimensões pragmáticas, sociais, ontológicas e políticas das estratégias de sobrevivência coletiva e de manutenção do território, desenvolvidas pelos Munduruku frente aos desafios, às lutas e às ameaças emergentes das situações cosmopolíticas e interétnicas. Por fim, argumenta-se que a políticabrasileira sobre os povos indígenas é contraditória, pois, por um lado, investe grandes recursos na assistência à saúde e, por outro, ignora os conhecimentos tradicionais sobre saúde e ambiente, de modo que a política de desenvolvimento econômico atua contra as necessidades plenas de bem-estar. |
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A ocupação do território, o uso de recursos disponíveis e a vida social implicam efeitos sobre os corpos Munduruku, na medida em que a manutenção dos laços sociais e a proteção do ambiente são consideradas por eles como condições necessárias para a reprodução da coletividade. A partir de uma perspectiva particular aos Munduruku sobre como funciona o cosmo e sobre a eficácia das práticas de autoatenção, necessárias à reprodução biossocial individual e coletiva, evidencia-se, neste artigo, a relação intrínseca entre ambiente e saúde, evocando a articulação entre as dimensões pragmáticas, sociais, ontológicas e políticas das estratégias de sobrevivência coletiva e de manutenção do território, desenvolvidas pelos Munduruku frente aos desafios, às lutas e às ameaças emergentes das situações cosmopolíticas e interétnicas. Por fim, argumenta-se que a políticabrasileira sobre os povos indígenas é contraditória, pois, por um lado, investe grandes recursos na assistência à saúde e, por outro, ignora os conhecimentos tradicionais sobre saúde e ambiente, de modo que a política de desenvolvimento econômico atua contra as necessidades plenas de bem-estar.</description><identifier>ISSN: 1981-8122</identifier><identifier>ISSN: 2178-2547</identifier><identifier>EISSN: 2178-2547</identifier><identifier>DOI: 10.1590/1981.81222018000100005</identifier><language>eng ; por</language><publisher>Belem: Museu Paraense Emilio Goeldi</publisher><subject>Alteridade ; Ambiente ; Colonies & territories ; Economic development ; Efficacy ; Etnicidade ; Exploitation ; Saúde indígena ; Social life & customs ; Social relations ; Survival strategies ; Xamanismo ; Índios Munduruku</subject><ispartof>Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. 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A partir de uma perspectiva particular aos Munduruku sobre como funciona o cosmo e sobre a eficácia das práticas de autoatenção, necessárias à reprodução biossocial individual e coletiva, evidencia-se, neste artigo, a relação intrínseca entre ambiente e saúde, evocando a articulação entre as dimensões pragmáticas, sociais, ontológicas e políticas das estratégias de sobrevivência coletiva e de manutenção do território, desenvolvidas pelos Munduruku frente aos desafios, às lutas e às ameaças emergentes das situações cosmopolíticas e interétnicas. Por fim, argumenta-se que a políticabrasileira sobre os povos indígenas é contraditória, pois, por um lado, investe grandes recursos na assistência à saúde e, por outro, ignora os conhecimentos tradicionais sobre saúde e ambiente, de modo que a política de desenvolvimento econômico atua contra as necessidades plenas de bem-estar.</description><subject>Alteridade</subject><subject>Ambiente</subject><subject>Colonies & territories</subject><subject>Economic development</subject><subject>Efficacy</subject><subject>Etnicidade</subject><subject>Exploitation</subject><subject>Saúde indígena</subject><subject>Social life & customs</subject><subject>Social relations</subject><subject>Survival strategies</subject><subject>Xamanismo</subject><subject>Índios Munduruku</subject><issn>1981-8122</issn><issn>2178-2547</issn><issn>2178-2547</issn><fulltext>true</fulltext><rsrctype>article</rsrctype><creationdate>2018</creationdate><recordtype>article</recordtype><sourceid>DOA</sourceid><recordid>eNotkE1LxDAQhoMouOj-BQl4tZrPNvG2iB8LK170XKZtsmTdNmvSLug_0quevPaPmVUPwzDDy_POOwidUHJOpSYXVCt6rihjjFBFCKGpiNxDE0YLlTEpin002YmynegQTWNc7SSkIFKKCQozXPvY-mUA6wDfD10zhOF5wKbFrd-61nS9v8QRxu_GnOHehOD68TM4jw02sQ_Qj-9LBxE3BkdfBbN12_GjqxOsAzxr4W386tJQBYhubVyAY3RgYR3N9L8foaeb68eru2zxcDu_mi2yhkkqs7yurRC54DlrlDC0qgkwWfGUiUJVQa6Khuu8UqJmFiDnzCouCyEIYbW1hB-h-R-38bAqN8G1EF5LD678XfiwLCH0rl6b0hacJAOhqSVCWa0tT-5gLS0abalIrNM_1ib4lyHlLld-CF06v2Tpkam01vwHJeV7xQ</recordid><startdate>20180101</startdate><enddate>20180101</enddate><creator>Scopel, Daniel</creator><creator>Dias-Scopel, Raquel</creator><creator>Langdon, Esther Jean</creator><general>Museu Paraense Emilio Goeldi</general><general>Museu Paraense Emílio Goeldi</general><scope>8BJ</scope><scope>FQK</scope><scope>JBE</scope><scope>DOA</scope></search><sort><creationdate>20180101</creationdate><title>A cosmografia Munduruku em movimento: saúde, território e estratégias de sobrevivência na Amazônia brasileira</title><author>Scopel, Daniel ; Dias-Scopel, Raquel ; Langdon, Esther Jean</author></sort><facets><frbrtype>5</frbrtype><frbrgroupid>cdi_FETCH-LOGICAL-d2515-6ccf4464362d84e1bc0a25b32541abba687d396b84c2faa632f835744002cff03</frbrgroupid><rsrctype>articles</rsrctype><prefilter>articles</prefilter><language>eng ; por</language><creationdate>2018</creationdate><topic>Alteridade</topic><topic>Ambiente</topic><topic>Colonies & territories</topic><topic>Economic development</topic><topic>Efficacy</topic><topic>Etnicidade</topic><topic>Exploitation</topic><topic>Saúde indígena</topic><topic>Social life & customs</topic><topic>Social relations</topic><topic>Survival strategies</topic><topic>Xamanismo</topic><topic>Índios Munduruku</topic><toplevel>online_resources</toplevel><creatorcontrib>Scopel, Daniel</creatorcontrib><creatorcontrib>Dias-Scopel, Raquel</creatorcontrib><creatorcontrib>Langdon, Esther Jean</creatorcontrib><collection>International Bibliography of the Social Sciences (IBSS)</collection><collection>International Bibliography of the Social Sciences</collection><collection>International Bibliography of the Social Sciences</collection><collection>DOAJ Directory of Open Access Journals</collection><jtitle>Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. 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Por fim, argumenta-se que a políticabrasileira sobre os povos indígenas é contraditória, pois, por um lado, investe grandes recursos na assistência à saúde e, por outro, ignora os conhecimentos tradicionais sobre saúde e ambiente, de modo que a política de desenvolvimento econômico atua contra as necessidades plenas de bem-estar.</abstract><cop>Belem</cop><pub>Museu Paraense Emilio Goeldi</pub><doi>10.1590/1981.81222018000100005</doi><tpages>20</tpages><oa>free_for_read</oa></addata></record> |
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