COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV EM ADULTOS: ANÁLISE DESCRITIVA E ASSOCIAÇÃO COM A FALHA TERAPÊUTICA

A tuberculose é considerada um problema de grave impacto para a saúde pública brasileira, e quando associada à coinfecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e à falha terapêutica, pode ter seu quadro clínico e epidemiológico intensificado. Analisar o perfil demográfico e clínico dos casos d...

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Veröffentlicht in:The Brazilian journal of infectious diseases 2023-10, Vol.27, p.103618
Hauptverfasser: Gregorio, Francielly Palhano, de Araujo Ferreira, Natalia Marciano, Gonçalves, Laís Cristina, Zandonadi, Maithe Gomes Lima, Lopes, Gilselena Kerbauy, Caetano, Junior da Silva, Silvestrim, Paola Ramos, Davanço, Victória, Sakai, Andressa Midori, Ruiz, Maria de Fátima Oliveira Hirth, Tomita, Giovanna Yamashita, Montanha, Rafaela Marioto, Pieri, Flávia Meneguetti
Format: Artikel
Sprache:eng
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Zusammenfassung:A tuberculose é considerada um problema de grave impacto para a saúde pública brasileira, e quando associada à coinfecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e à falha terapêutica, pode ter seu quadro clínico e epidemiológico intensificado. Analisar o perfil demográfico e clínico dos casos de coinfecção tuberculose/HIV e os fatores associados à falha terapêutica. Estudo transversal, analítico, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do estado do Paraná, no período de 2016 a 2021, sob CAAE 38855820.6.0000.5231. Para identificar associações, utilizou-se a regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. Do total de notificações (n = 16707), 9,4% apresentaram coinfecção por HIV (n = 1587). Predominou entre eles o sexo masculino (75,3%), faixa etária de 19 a 39 anos (53,6%), raça branca (64,4%) e até nove anos de estudo (66,9%). Em relação às populações especiais, o maior percentual foi de pessoas em situação de rua (12,7%), enquanto para doenças e agravos, prevaleceu o tabagismo (38,5%). Quanto à terapia antirretroviral, 76,1% estavam em uso. Houve desfecho de cura em 75,7% dos casos, e 13,3% apresentaram falha terapêutica. Na análise univariada, a falha foi associada a pessoas sem escolaridade (RP 2,19; IC 1,03-4,66; p-valor 0,040) ou com até nove anos de estudo (RP 1,85; IC 1,26-2,70; p-valor 0,001), indivíduos em situação de rua (RP 2,54; IC 2,00-3,21; p-valor < 0,001), alcoolismo (RP 1,40; IC 1,04-1,89; p-valor < 0,023) e uso de drogas ilícitas (RP 1,73; IC 1,29-2,31; p-valor < 0,001). Casos de recidiva (RP 1,66; IC 1,03,-2,69; p-valor 0,035) ou reingresso após abandono (RP 2,56; IC 1,65-2,69; p-valor < 0,001) estiveram associados ao desfecho. Cultura de escarro positiva (RP 1,60; IC 1,10-2,32; p-valor 0,013) e teste rápido resistente à Rifampicina (RP 3,25; IC 1,59-6,65; p-valor 0,001) foram exames laboratoriais associados à falha terapêutica, enquanto estar em uso de terapia antirretroviral durante o tratamento apresentou-se como um fator de proteção (RP 0,39; IC 0,31-0,49; p-valor < 0,001). A falha terapêutica na coinfecção tuberculose/HIV esteve fortemente associada a indivíduos com menor escolaridade, em situação de rua, uso de álcool e outras drogas ilícitas, com entrada por recidiva ou reingresso após abandono e resistência à Rifampicina. As análises demonstram a necessidade de promover ações de adesão ao tratamento, evitando a falha terapêutica.
ISSN:1413-8670
DOI:10.1016/j.bjid.2023.103618