“Cala a boca, porra !”. Somos três mulheres pretas falando : ativismo transnacional nas mobilizações negras da Bahia
Este artigo, fruto das reflexões de três pesquisadoras negras, objetiva apresentar como os processos de mobilizações e ativismos da população negra se desenvolveram no Brasil, especificamente em Salvador, capital do Estado da Bahia, a partir do movimento de protesto Black Lives Matter (BLM), o qual...
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Veröffentlicht in: | Esclavages & Post-esclavages 2022-05, Vol.6 |
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Hauptverfasser: | , , |
Format: | Artikel |
Sprache: | eng ; por |
Online-Zugang: | Volltext |
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creator | Fernandes, Mille Caroline Rodrigues Borges, Luzi Santos, Maria Rita |
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No segundo, o ciberativismo foi utilizado como dispositivo metodológico e base de análise, para apresentar a influência das redes e as trocas políticas, midiáticas e científicas entre ativistas negros/negras e simpatizantes como luta e resistência contra a violência racial antes e depois do movimento BLM, destacando o atual momento de enfrentamento à pandemia da Covid-19 e as campanhas do “Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta”. Por fim, consideramos que as mobilizações do BLM não são somente reações ao desconforto e indignação provocados pela mediatização dos casos de violências policiais contra as pessoas negras nos EUA. Estas mobilizações, a partir do ciberativismo serviram, no Estado da Bahia, como um chamado para ação de reivindicações antigas que já ocorriam em todo o mundo. No entanto, viram na #BlackliveMatter, ou como chamamos no Brasil #VidasNegrasImportam, uma ferramenta para pensar o mundo, no qual a população negra seja livre para existir, para viver e exercer o seu direito de ir e vir sem que a cor da sua pele seja alvo do sistema neocolonial que coisifica, apreende, humilha, expulsa e mata a população negra. O BLM também nos possibilitou revisar e refletir sobre a ferida colonial que é o racismo e o sexismo e de como o pensamento moderno guiou/guia todo o discurso científico, econômico, jurídico e político inventando o ser negro para justificar o seu aniquilamento. Importante ressaltar que a necropolítica pode estar inserida não apenas no que diz respeito à execução física de corpos negros/as, todavia no silenciamento, na exclusão, no encarceramento em massa e na violação destes corpos. Assim, compreendemos que as diversas instituições sociais funcionam como “braços” de coerção do estado, principalmente a polícia, que representa o estado armado e em nome de uma suposta segurança e ordem pública desempenha a função de controlar e de eliminar os corpos negros. A nossa cor nos lembra cotidianamente sobre os constantes perigos de morte que corremos e de que estamos por nossa própria conta.</description><identifier>ISSN: 2540-6647</identifier><identifier>EISSN: 2540-6647</identifier><identifier>DOI: 10.4000/slaveries.6539</identifier><language>eng ; por</language><publisher>CIRESC</publisher><ispartof>Esclavages & Post-esclavages, 2022-05, Vol.6</ispartof><lds50>peer_reviewed</lds50><oa>free_for_read</oa><woscitedreferencessubscribed>false</woscitedreferencessubscribed></display><links><openurl>$$Topenurl_article</openurl><openurlfulltext>$$Topenurlfull_article</openurlfulltext><thumbnail>$$Tsyndetics_thumb_exl</thumbnail><link.rule.ids>314,780,784,11595,27924,27925</link.rule.ids></links><search><creatorcontrib>Fernandes, Mille Caroline Rodrigues</creatorcontrib><creatorcontrib>Borges, Luzi</creatorcontrib><creatorcontrib>Santos, Maria Rita</creatorcontrib><title>“Cala a boca, porra !”. 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No entanto, viram na #BlackliveMatter, ou como chamamos no Brasil #VidasNegrasImportam, uma ferramenta para pensar o mundo, no qual a população negra seja livre para existir, para viver e exercer o seu direito de ir e vir sem que a cor da sua pele seja alvo do sistema neocolonial que coisifica, apreende, humilha, expulsa e mata a população negra. O BLM também nos possibilitou revisar e refletir sobre a ferida colonial que é o racismo e o sexismo e de como o pensamento moderno guiou/guia todo o discurso científico, econômico, jurídico e político inventando o ser negro para justificar o seu aniquilamento. Importante ressaltar que a necropolítica pode estar inserida não apenas no que diz respeito à execução física de corpos negros/as, todavia no silenciamento, na exclusão, no encarceramento em massa e na violação destes corpos. 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Para tanto, utilizamos dados quantitativos de pesquisas realizadas pela Central Única das Favelas (CUFA); os Atlas da Violência produzidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP); os Mapas das Violências Homicídios e Juventude no Brasil (2013) e os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Analisamos uma comunidade virtual com 9.914 membros na rede social Facebook da “iniciativa brasileira Vidas Negras Importam” fundada em Salvador-Bahia, em 2015, a partir dos projetos desenvolvidos por Cetilá Itas. No segundo, o ciberativismo foi utilizado como dispositivo metodológico e base de análise, para apresentar a influência das redes e as trocas políticas, midiáticas e científicas entre ativistas negros/negras e simpatizantes como luta e resistência contra a violência racial antes e depois do movimento BLM, destacando o atual momento de enfrentamento à pandemia da Covid-19 e as campanhas do “Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta”. Por fim, consideramos que as mobilizações do BLM não são somente reações ao desconforto e indignação provocados pela mediatização dos casos de violências policiais contra as pessoas negras nos EUA. Estas mobilizações, a partir do ciberativismo serviram, no Estado da Bahia, como um chamado para ação de reivindicações antigas que já ocorriam em todo o mundo. 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