Irrigar para colonizar: a rivalidade anglo-francesa no Egito segundo Jean Brunhes

Este trabalho revela as reflexões produzidas pelo geógrafo francês Jean Brunhes (1869-1930), no primeiro momento de sua carreira, sobre o Egito. Através da análise de uma série de artigos publicados entre os anos de 1897 e 1905 em revistas francesas, evidencia-se a disputa de narrativa travada com intelectuais ingleses, na qual oferece argumentos técnicos, econômicos e sociais, que darão embasamento político sobre a questão egípcia à França. O geógrafo se debruçou intensamente sobre os problemas relacionados à irrigação e acusou os ingleses de, através da introdução da propriedade privada e do controle da distribuição da água, ameaçarem a soberania hídrica daquele país e intensificar a destruição de seus meios. Paralelamente, defende a contribuição técnica francesa construída ao longo do século. Cet article révèle les réflexions produites par le géographe français Jean Brunhes (1869-1930) pendant le premier moment de sa carrière sur l'Égypte. À travers l'analyse d'une série d'articles publiés entre les années 1897 et 1905 dans des revues françaises, il est évident que les débats avec des intellectuels anglais offrent des arguments techniques, économiques et sociaux, qui donneront un soutien politique sur la question égyptienne en France. Le géographe s'est concentré intensément sur les problèmes liés à l'irrigation et accuse les Britanniques, à travers l'introduction de la propriété privée et le contrôle de la distribution de l'eau, de menacer la souveraineté hydrique de ce pays et d'intensifier la destruction de ses moyens. Dans le même temps, il défend l'apport technique français construit au cours du siècle. This work reveals the reflections produced by French geographer Jean Brunhes (1869-1930) on the first moment of his career about Egypt. Through an analysis of few articles published from 1897 to 1905 on French journals, we can observe a narrative battle between the geographer and English intellectuals that offered France technical, economical and social arguments for building a political base about the Egyptian issue. The geographer studied intensely the irrigation problems and blamed the English for threatening the Egyptian water sovereignty and intensified the destruction of their environment, due to private propriety insert and water distribution control. At the same time, he advocated for French technical contribution built over the century.