Mostra de ciências itinerante: extensão universitária para inclusão científica e cultural no Espírito Santo

Em uma sociedade tão injusta e desigual, a divulgação científica de caráter itinerante destaca-se pela capacidade de alcançar as parcelas mais carentes e vulneráveis da população. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o potencial transformador das ações de difusão e popularização da ciência na perspectiva dos professores extensionistas itinerantes. Tal investigação é caracterizada como qualitativa exploratória descritiva, cujos sujeitos da pesquisa são oito professores extensionistas (P1 a P8) dos Departamentos de Física, Química, Matemática, Estatística e Ciências Biológicas. Como critério de seleção, foram entrevistados os professores vinculados aos programas/projetos ativos que aliam os termos “itinerante”, “mostra de ciências” e/ou “feira de ciências”, os quais compõem a equipe interdisciplinar da Mostra de Ciências da Universidade Federal do Espírito Santo (Vitória, ES). Fez-se uso dos aspectos teórico-metodológicos da abordagem biográfica e de histórias de vida, sendo aplicado um questionário semiestruturado, como recurso da entrevista narrativa e como processo de (re) construção das memórias vividas. Os dados coletados foram tratados pela Análise de Conteúdo (AC) de Bardin, sendo as falas dos professores extensionistas agrupadas e categorizadas de modo a evidenciar as contribuições das experiências extensionistas itinerantes nos percursos profissionais dos docentes. Os docentes consideram as atividades itinerantes de divulgação científica viáveis e necessárias, pois alcançam um público menos privilegiado e que não teria acesso à ciência produzida na universidade. Por fim, acreditamos que a experiência dos professores extensionistas demonstra que a divulgação científica itinerante favorece a inclusão social e a alfabetização científica, bem como fortalece e democratiza a formação de uma cultura científica.