Prejuízos na saúde mental e nos papéis ocupacionais de universitários durante a pandemia

A pandemia de COVID-19 trouxe aos estudantes não só a preocupação com o adoecimento e risco de contaminação e morte, mas alterou repentinamente suas rotinas devido a necessidade da realização das atividades remotas de ensino em suas casas, interferindo assim o desempenho de seus papéis ocupacionais e, consequentemente podendo comprometer a saúde mental destes. Objetivo: Identificar sintomas de ansiedade e depressão em universitários em atividades remotas de ensino e possíveis consequências no desempenho de seus papéis ocupacionais durante a pandemia. Método: Participaram da pesquisa 112 universitários de cursos de saúde e humanas de uma universidade pública do Estado de São Paulo. Foram utilizados quatro instrumentos sendo: Questionário sociodemográfico com aspectos da rotina e vida acadêmica; Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais; Questionário sobre saúde do paciente (PHQ 9); Patient Health Questionnaire (PHQ 4). Os dados do questionário sociodemográfico foram analisados por meio de cálculos de estatística descritiva e os dados dos instrumentos conforme protocolo de análise destes. Resultados: Verificou-se que 67,8% dos universitários apresentaram sintomas de depressão e 29,5% de ansiedade. Identificou-se alterações na rotina alimentar, de sono, na prática de atividades físicas, acréscimo das atividades domésticas, alteração nos relacionamentos interpessoais e dificuldades acadêmicas, diminuição dos papéis de estudante, religioso, trabalhador, voluntário e passatempo e aumento de atividades nos papéis de membro da família, serviços domésticos e cuidador. Assim, são necessárias medidas de suporte para os universitários voltadas à reestruturação das suas rotinas, ao resgate das relações e de gestão saudável da vida acadêmica, de seus papéis ocupacionais e à mitigação dos sintomas emocionais.